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domingo, 8 de setembro de 2013

Capítulo 14 - A Verdade

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Capítulo 14


A Verdade



─ O que significa isto?! ─ Exclamei estupefacto, ao encontrar seminus, a minha Mãe e o Andrew Johnson deitados na cama dela.

─ Calma, Jake… Calma, não é nada disso que estás a pensar… ─ disse Andy, levantando-se da cama imediatamente, precipitando-se a vestir a sua roupa caída no chão.


─ Filho, eu posso explicar-te tudo… Calma.

Balbuciaram os dois amantes, levantando-se da cama e vestindo as suas roupas, olhando-me surpresos.

─ Calma? Vocês, pedem-me calma! Andy, como foste capaz de me fazer uma coisa dessas, pá?! É a minha Mãe!! ─ Rugi, como um leão enfurecido! Estava desiludido e furioso com Andy. Com tanta mulher na cidade, porquê a minha Mãe? ─ Porquê?!?!

Os dois emudeceram e entreolharam-se, como que tentando procurar uma explicação convincente para me dar, mas em vez de uma explicação a minha Mãe respondeu:

─ Jake, este homem que está aqui é o teu Pai.

─ O quê? Vocês pensam que sou estúpido?! É?! Por quem me tomam vocês?! Tomam-me por um surfista burro e ignorante, é?! O meu Pai está morto e o seu nome era Owen Moore!

─ Pois, filho, esse é o verdadeiro nome do teu Pai, mas…

─ Deixa, Ciara. Deixa, eu conto-lhe. Jake, senta-te e ouve-me. Eu vou contar-te tudo. Não faças julgamentos precipitados, por favor.

─ Sim, filho. Escuta o que o Andy tem para dizer. Escuta-nos. Ninguém aqui quer enganar-te, ou mentir-te. Por favor, filho.

─ Continuo a ser mesma pessoa. Sou o teu amigo Andy. Por favor, Jake.

─ Ok, eu ouço o que tens para dizer. ─ Disse sentando-me no sofá na sala, enquanto ele e a minha Mãe sentaram-se no outro sofá à minha frente.

─ Jake, Andrew Johnson foi o nome que adoptei, quando entrei para o mundo do surf. Após a tua Mãe regressar a Austin, andei um bocado perdido na vida e entrei em depressão. Foram tempos muito difíceis para mim, como já te contei na outra vez.

Um dia recebo uma carta a avisar-me de que o meu avô tinha morrido e me deixara a sua pequena fortuna: um barco de pesca e algum dinheiro. Regressei à minha terra em Penrose, no Colorado, para receber a minha herança e como nada tinha a perder, nem ninguém à minha espera decidi recomeçar a minha vida ali. A cidade era pequena e as pessoas, eram muito afáveis. Passara a minha infância ali com os meus avós, portanto, pensei que seria bom para mim.

Em Penrose, sentia-me realmente em casa. As pessoas conheciam-me e fui bem acolhido por velhos amigos, que me convidavam para as suas casas e para as suas festas. Assim, foi a primeira semana, agitada. Porém, de noite que a solidão se instalava e trazia-me à memória, as lembranças de quando e de como tinha sido feliz, sobretudo com a tua Mãe. Perto dela, sentia-me vivo, feliz e naquele momento, já não a tinha a ela e nem ao meu avô, com quem tinha longas conversas desabafando os meus problemas. Ele sempre me orientava com os seus conselhos sábios, simplificando tudo e no fim sorria dizendo: “Filho, tudo tem uma solução. A seu tempo tudo se resolve. Não te preocupes. Sorri para a vida e ela retribuir-te-á o seu sorriso. Confia.” Mas agora, já não tinha quem me ouvisse, quem me falasse e quem me orientasse.

Então, um dia uns amigos convidaram-me para a noite de poker em casa de um deles. Eu adorava aquele jogo, divertia-me muito e jogava mais ou menos bem. Descobri que jogar poker me fazia sentir vivo. Pelo menos, enquanto jogava não pensava em problemas e nem me sentia sozinho. Até que um dia um desses meus amigos, apresentou-me a Tony Mancini e ele começou a jogar connosco. Depressa as apostas tornaram-se cada vez mais altas e de repente, sem saber como, perdi tudo! O pouco dinheiro que herdara do meu avô e o barco, passaram de imediato para as mãos de Mancini e eu fiquei arruinado, com uma dívida enorme para pagar…

Ouvia-o atentamente e ao ouvi-lo, toda aquela raiva que senti inicialmente começou a passar e eu comecei a ficar mais calmo.

─ Mancini e os seus homens não paravam de me pressionar, ─ continuou Andy. ─ Começaram a ameaçar-me de morte e exigiam-me um dinheiro que eu não tinha forma de pagar. Já não tinha paz, nem sossego. Foi então que, fugi para o Havai e um velho surfista havaiano, ajudou-me. O seu nome era Duke Paoa Kahanamoku. Ele era um grande surfista, um grande atleta olímpico em natação. Foi através de Duke, que o surf se tornou um desporto. Ganhou 5 medalhas, 3 de ouro e 2 de prata. Foi Duke Kahanamoku, que trouxe o surf para a Califórnia.

Duke, ensinou-me tudo o que sei sobre o surf, incluindo a criação das pranchas. Aprendi tudo muito rapidamente e então, mudei o nome para Andrew Johnson e tornei-me surfista. Tal como tu, filho, sentia-me bem no mar. Mais tranquilo, até que fui atacado pelo tubarão e bem, creio que o resto já sabes…

─ Sim, parece que sim. E como ficou a história entre Tony Mancini e tu?

─ Bem, o Tony foi preso algum tempo depois e numa tentativa de fuga, foi abatido pelo guarda que disparou a arma para travá-lo, acertando-lhe pelas costas. Teve morte imediata.

─ Filho, antes de trazeres o Andy cá para jantar connosco, eu não sabia quem ele era. Nunca mais nos havíamos encontrado.

─ É verdade. ─ Confirmou Andy, ─ Nunca mais tinha visto a tua Mãe, até àquela noite.

─ E eu, como é que fico no meio desta história toda? Porque nunca me procuraste?

─ Jake, o teu Pai não sabia da tua existência. Quando percebi que estava grávida, estava já com aulas na Faculdade. Era uma miúda, não sabia o que fazer, percebes? Consegui esconder a gravidez durante alguns meses. A única pessoa que sabia de tudo foi Lucy, que me ajudou a encobrir a gravidez. Não sabia o que fazer, estava confusa e também não sabia como enfrentar os meus pais. Tinha medo dos teus avós, Jake. Acreditava que eles não aceitariam a minha gravidez de forma alguma, então Lucy, ofereceu-me a sua ajuda e eu aceitei-a. A ideia dela era eu fazer um aborto. Ela trataria de tudo, conhecia uma parteira que fazia isso. Só teria de arranjar o dinheiro que ela pedia e depois, tudo ficaria bem.

No entanto, eu não me sentia bem com a ideia do aborto. Queria ter-te, criar-te. Não queria matar-te! Diariamente, sentia-te crescer dentro de mim. Eras meu filho, eras responsabilidade minha e já te amava tanto. Deveria ter-te, mesmo que tivesse de deixar tudo para trás e cuidar de ti sozinha. Porém, Lucy rejeitava terminantemente a ideia de eu não fazer o aborto, recusando-se a discutir o assunto.

No dia em que estava marcado o aborto, fugi apanhando o autocarro nem sei bem para onde. Estava em pânico e a única coisa que sabia, era que não te queria perder. Desesperada e a chorar, liguei aos meus pais. Não sei como, arranjei coragem e contei-lhes tudo o que se estava a passar comigo. Inicialmente, a minha mãe ficou chocada, mas depois disse-me para voltar para casa e eu assim fiz.

Quando nasceste, tentei procurar o teu Pai para falar-lhe de ti. Contudo, ninguém me soube informar ao certo do seu paradeiro e eu, acabei por desistir dele.

─ Porque me mentiste, Mãe?

─ Porque achei que era melhor para ti. Eu não sabia nada do teu pai e acreditava que nunca mais o voltaria a ver. Não sabia se estava vivo, ou morto. Nada. Os teus avós, acharam que era a melhor solução. Perdoa-me. ─ Pediu-me com lágrimas nos olhos.

Baixei a cabeça e disse:

─ Ok. Eu perdoo-te Mãe e a ti também,… Pai. Mas… Nunca mais me mintam.

Abraçamo-nos os três, a chorar com a emoção. Depois, Andy, ou seja, o meu Pai, foi para a loja. A minha Mãe foi trabalhar e eu fui deitar-me, estava cansado. Precisava dormir. Mais tarde, iria treinar. Restavam apenas dois dias para o campeonato de surf em Huntington.


CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
(Próximo Capítulo a Publicar: Domingo, dia 15 de Setembro de 2013)
 

6 comentários :

  1. Oi Cris :)
    Que emocionante!
    Adorei saber que Andy é pai biológico de Jake!
    Um dos capítulos mais empolgantes...
    Bjs!

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    Respostas
    1. Olá amiga Clau. :)

      Fico contente que estejas a gostar da história. O campeonato de surf, está perto.
      Vamos como Jake "O Destemido", se comporta...

      Beijos, minha amiga.

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  2. Uau que reviravolta...adorei, sabe tenho parentes que perderam tudo em jogo de cartas depois tiveram uma vida bem simples mesmo é lamentável pq eles cobram mesmo e se não paga a família toda corre perigo, muito bom mais um capitulo emocionante.

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    Respostas
    1. Olá madrinha.

      Fico feliz por teres gostado deste capítulo.
      Mas ainda vem aí muitas surpresas, que podem ser agradáveis ou não.

      Beijos

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  3. Menina, coloquei tudo em dia!!!
    Mas que mundo pequeno esse.... e isso é totalmente real. Eu ficaria chocada com uma notícia dessa e demoraria uns dias pra assimilar tudo. Não perdoaria de imediato...mas o rapaz foi bem receptivo. Deve ser porque já sentia afinidade com o pai.
    Vamos ver os próximos...
    Será que Mary vai convencê-lo a ser judeu? Sei não... tô curiosa.

    Beijos

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    Respostas
    1. Clarinha;

      Fico feliz por estares a acompanhar a história de amor de Jake e de Mary. Por amor, minha amiga, tudo se faz, mas com conta peso e medida.
      Obrigada por estares aqui.

      Beijos

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